Mal menor

Sei que é dificil compreender a forma como às vezes me agarro a essas coisas, tão pequeninas, aos olhos dos outros, tão insignificantes...
É dificil perceber a forma como enfatizo algo que não passou de um momento...
Caio no ridiculo de fazer de uma pequena historia, algo grandioso e, por vezes até, um grande drama...
Poucos compreendem que preciso destas historias pequeninas como de um escudo. Preciso sofrer por elas amargamente, para esconder aquilo que realmente dói...
É a minha distracção para, a pouco e pouco, ir enterrando algo demasiado grande e pesado para mim... É a minha forma de acreditar que o meu coração ainda palpita e o meu estomago ainda se enrola. É a minha forma de fingir que ainda acredito... Porque no funfo, no fundo, é disso que eu preciso... de acreditar!
Por isso, deixa que o meu coração palpite, deixa-me sentir o frio na barriga, deixa-me fingir esta dor. Esta dor que existe, mas é pequenina. Bem mais pequenina que as minhas verdadeiras dores. Esta dor que, no fundo, me anestesia e, no fundo, não é mais do que uma esperança...