segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fora de Tempo


Confesso que aceitei o teu convite com alguma relutância...
Essa ideia de que de uma relação amor/ódio poderia resultar uma amizade não me convencia. Na minha memoria, nós éramos duas pessoas que não falavam a mesma língua e que pouco ou nada tinham em comum. Arranjei-me com preguiça e conduzi devagarinho, sempre a pensar que este seria mais um erro e que me iria arrepender. Que dali a pouco tempo estaria de volta a casa, a dar por perdida mais uma noite...
E foi por pouco... Tal como antigamente, começámos por não concordar e quando já estava prestes a partir, tu fizeste mais um esforço e sugeriste um meio termo. Para minha surpresa, que não estava disposta a fazer nenhuma concessão ou nenhum esforço.
E a partir daí conversámos. Pela primeira vez, conversámos, não lutámos, não puxámos a corda para cada lado, não medimos forças. A tensão desapareceu, tu largaste a insegurança ao pé de mim e eu baixei as defesas ao pé de ti. E, pela primeira vez, descobrimos quem somos, quem fomos e quem queremos ser. Passados 2 anos, descobrimos que eu continuo a não gostar de touradas e tu continuas a não gostar de ler... Passados 2 anos, continuamos a não encontrar um filme no cinema que queiramos os 2 ver... Mas passados 2 anos, soube bem descobrir que há muito mais para além disso e que afinal até temos muito mais em comum do que pensávamos...
Afinal, até temos a mesma opinião em relação a muitos outros assuntos, afinal até temos sonhos em comum. Afinal, foste uma surpresa agradável...

1 comentário:

L'Enfant Terrible disse...

Por vezes as segundas chances tornam-se doces e quem gosta, gosta mesmo quando não há concordâncias em pleno!